Releitura de Hugo Alberto é repleta de referências ao Cerrado, a Mato Grosso e a Cuiabá
O Centro Cultural do Ministério da Saúde deu vida, na última semana, a uma colaboração com artistas brasileiros para celebrar e fazer uma releitura do icônico personagem Zé Gotinha, criado em 1986 pelo artista Darlan Rosa. Entre os 20 artistas convidados para participar da exposição “Zé Gotinha do Brasil”, está Hugo Alberto, ilustrador natural de Jauru (405 km da capital), que atualmente reside em Cuiabá.

Graduado em Publicidade, Hugo Alberto é conhecido por suas ilustrações autorais e pelo trabalho em diversos produtos e serviços. Seu portifólio, disponível neste link, é marcado por obras de narrativas visuais envolventes, cores contrastantes, linhas fluidas e formas geométricas que se fundem em universos fantásticos, repletos de referências da cultura brasileira.
Em entrevista ao PNB Online, o artista compartilhou sua inspiração por trás de sua releitura do Zé Gotinha. “Me inspirei em artistas que vieram antes de mim e ajudaram a criar essa nossa identidade visual brasileira e mato-grossense. Cada canto da ilustração tem uma referência que me toca, desde o próprio Zé Gotinha ilustrado nas formas do Abaporu, de Tarsila do Amaral, até pássaros de Di Cavalcanti, cortinas de Adir Sodré e árvores de Benedito Nunes. A fauna e flora que compõem essa identidade também foram parte da inspiração”, afirma.

Hugo Alberto também detalhou o conceito por trás de sua ilustração, explicando que trata-se de uma fusão de várias referências brasileiras. Conforme o ilustrador, o mais importante para ele foi manter o personagem no universo lúdico em que ele foi criado. “Conceitualmente, a imagem do Zé Gotinha envolto de elementos da nossa cultura ajuda a criar um vínculo maior com o personagem, e essa foi a intenção”.
A releitura de Hugo é repleta de referências ao Cerrado, a Mato Grosso e especialmente a Cuiabá. Ao lado do Zé Gotinha, que aparecem com um semblante sereno, o que é importante na comunicação direta com a população, aparecem elementos que representam a região. Estão lá: o monumento à Maria Taquara, a Santa Casa (que foi a primeira unidade de Saúde de Cuiabá), a árvore Lixeira (típica do cerrado), o Lobo Guará, o morro de Santo Antonio, o caju e a manga.
Por fim, Hugo Alberto refletiu sobre como sua obra e a exposição como um todo contribuem para a conscientização sobre a importância da vacinação e do Sistema Único de Saúde (SUS).

“O Zé Gotinha tem uma importância muito grande na conscientização da população sobre as vacinas, essa conscientização que salva vidas até hoje, e ele foi criado por um artista, o Darlan Rosa, em 1986. Essa é a importância da arte, do lúdico, da fantasia no nosso dia a dia, e por isso deve ser valorizada. É muito gratificante fazer parte desse movimento de retomada de incentivo e valorização da nossa arte”, disse.
Exposição
A exposição “Zé Gotinha do Brasil” foi inaugurada na última semana e está agora em exibição no túnel da sede do Ministério da Saúde, em Brasília, onde o público pode apreciá-la durante visitas guiadas.