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Aleitamento Materno é um dos objetivos mundiais do desenvolvimento sustentável

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Rose Velasco | SES-MT

 A abertura do 1º EMAMA foi realizada no Teatro do Cerrado Zulmira Canavarros e a programação dos próximos dois dias (3 e 4 de agosto) prosseguirá no Hotel Fazenda Mato Grosso.

Foto por: Anderson Acendino SES/MT

A abertura do 1º EMAMA foi realizada no Teatro do Cerrado Zulmira Canavarros e a programação dos próximos dois dias (3 e 4 de agosto) prosseguirá no Hotel Fazenda Mato Grosso.               Natural, completo, rico em nutrientes, na temperatura certa e de graça, o leite materno é classificado mundialmente como um alimento padrão ouro de qualidade. Por essas características, o aleitamento materno, está entre os objetivos mundiais do desenvolvimento sustentável.

Para proteger, apoiar e promover o direito de amamentar, 164 países representados por 200 grupos internacionais que formam a Rede Internacional em Defesa do Direito de Amamentar (Ibfan) monitora o mercado de alimentos para lactantes para diminuir os conflitos de interesses entre a indústria de alimentos e o aleitamento.

            A socióloga e membro da Ibfan, Rosana De Divittis, que fez nesta quarta-feira (02.08) a palestra de abertura do 1º Encontro Mato-grossense de Aleitamento Materno (Emama), em Cuiabá, destacou que o leite materno contribuiu para a redução da desigualdade social, da pobreza, representa segurança alimentar, previne doenças para o bebê e para crianças e também para a mãe, melhora o desenvolvimento educacional e contribuiu para o crescimento econômico do país.

             Na abordagem do tema “Proteger a Amamentação: construindo alianças sem conflitos de interesse”, Divittis ressaltou que o Brasil é signatário do Código Internacional de Comercialização de Substitutos de Leite Materno, e que tem o dever de atuar no sentido de coibir práticas competitivas de fabricação, bem como a divulgação dos produtos industrializados.

“Esse mesmo dever ético tem o profissional da saúde em geral, que deve evitar prescrever produto industrializado e orientar as mães de forma correta sobre o valor nutricional e a importância do leite materno; não se deixando influenciar pela indústria. No Brasil, o período de amamentação natural é de até 54 dias sendo que o correto deveria ser de até 180 dias [seis meses]”.

De acordo com a socióloga, a indústria registrou ganho financeiro de US$ 44,8 bilhões em 2014 com projeção de atingir em 2019 o faturamento de US$ 70,6 bilhões, somente com a comercialização de alimentos industrializados para lactantes.

“A sociedade em geral precisa estar atenta às investidas da indústria de alimentos e contribuir de alguma forma para eliminar as práticas não éticas de comercialização de produtos que interferem negativamente na amamentação”, salientou Rosana Di Divittis.

Cresce parto prematuro no Brasil

O Brasil ocupa a décima colocação no mundo na quantidade de parto prematuro, dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). Nos últimos 20 anos, o país registrou o aumento da idade materna, do acesso ao tratamento de fertilidade e de cesárias, associado a tudo isso estão casos de doença hipertensiva entre mulheres grávidas. Por ano, ocorrem 15 milhões de partos prematuros no mundo.  

O recém-nascido prematuro é privado do afeto materno antes de 37 semanas e tem menos chance de sobrevida, explicou à fonoaudióloga Cláudia Moreira, uma das fundadoras do grupo Acalma (Ações Cooperativas de Apoio ao Leite Materno e à Amamentação), que existe há 10 anos na cidade de Cáceres.

Conforme dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), foram registrados no mundo um milhão de mortes de crianças abaixo de cinco anos de idade, sendo que ¾ dessas mortes poderiam ser evitadas, com ações simples e naturais.

De acordo com a médica, a mãe de filho prematuro tem dificuldade de produzir leite devido ao estresse do parto e da situação de vulnerabilidade do seu bebê, o que gera uma instabilidade emocional somada ao medo e angústias. Esses fatores refletem na baixa taxa de aleitamento materno.

A fonoaudióloga destaca o papel dos profissionais da saúde nesse processo de acolhimento do bebê prematuro e do apoio aos pais. A orientação correta e a solidariedade com a situação difícil enfrentada pela família são fundamentais para preservar ao recém-nascido o direito ao leite materno, mesmo diante de tantas dificuldades como reflexos orais ausentes ou reduzidos do bebê.

1º EMAMA prossegue até dia 4 de agosto

A abertura do 1º EMAMA foi realizada no Teatro do Cerrado Zulmira Canavarros e a programação dos próximos dois dias (3 e 4 de agosto) prosseguirá no Hotel Fazenda Mato Grosso. A superintendente de Atenção à Saúde da SES/MT, Ana Carolina Machado Landgraf, representou o secretário de Estado de Saúde, Luiz Soares. Em seu discurso, a superintendente enfatizou o apoio irrestrito do secretário e do governo do Estado para a realização do evento e parabenizou a equipe da SES/MT e os apoiadores, como a Assembleia Legislativa e o deputado estadual Baiano Filho, pela parceria.

O coordenador do evento, Rodrigo Carvalho, homenageou o médico pediatra Roberto Vinagre, membro da Rede IBFAN Brasil e defensor do direito à amamentação, e Cláudia Moreira, membro fundadora do Grupo Acalma, que atua de forma voluntária há dez anos.

A solenidade de abertura contou com a presença de Rubens Couto presidente da Sociedade Mato-grossense de Pediatria e de representantes de entidades como a Roda da Luz de apoio ao parto natural, Bem Gerar, Matrice e da BPW.

As próximas palestras, em forma de roda de conversa, vão tratar sobre os seguintes temas: a importância da amamentação para manutenção e recuperação indígenas; doação de leite materno; e volta ao trabalho para a mulher que amamenta.