
Aprovado pela ANVISA em regime de priorização novo tratamento que diminui o risco de progressão e traz o controle do mieloma múltiplo – tipo de câncer no sangue

Imagem divulgação
       Daratumumabe pertence a uma nova classe terapêutica e demonstrou resultados de eficácia sem precedentes no tratamento do mieloma múltiplo. Por ser terapia-alvo, provoca poucos efeitos colaterais e proporciona qualidade de vida aos pacientes, além de representar uma nova alternativa
Chega ao paÃs, em regime de priorização, uma nova era nos cuidados dos pacientes com mieloma múltiplo. A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) acaba de aprovar o primeiro anticorpo monoclonal (mAb) para o tratamento da doença – tipo de câncer no sangue que acometeu cerca de 124 mil pessoas no mundo somente em 2015. Trata-se do daratumumabe (anti-CD38), uma terapia-alvo que atua diretamente sobre as células cancerosas e também fortalece o sistema imunológico do paciente a favor do combate à essas células, trazendo assim um benefÃcio impressionante e sem precedentes, o que auxilia no restabelecimento da qualidade de vida dos pacientes. Além disso, o medicamento representa uma nova alternativa, já que nos últimos 10 anos não surgiram opções de tratamento com novos mecanismos de ação para a doença no paÃs. Os resultados apresentados o fazem ser considerado no meio cientÃfico como um marco na evolução do tratamento para o tratamento do mieloma. Além de resgatar os pacientes que não têm mais opções de tratamento disponÃveis, Daratumumabe beneficia ainda mais o paciente que faz o tratamento de forma precoce, aumentando o tempo que o paciente fica sem recaÃda da doença.
O que é mieloma múltiplo?
O mieloma múltiplo é um câncer incurável que ocorre quando as células plasmáticas malignas crescem em descontrole na medula óssea. A sua evolução pode variar muito de paciente para paciente, exigindo avaliação criteriosa para a definição da melhor abordagem. Além disso, existe um grande problema de diagnóstico correto, que pode ser feito por meio de exames especÃficos. “Muitas vezes, o paciente chega reclamando de dores ósseas, ou algum problema renal e, por estarem numa faixa etária mais avançada, as queixas são tratadas com normalidade. Porém, se olharmos com mais critério e pedirmos exames adicionais para detectar anemia e quantidade de cálcio presente no corpo, por exemplo, poderemos detectar o mieloma†explica Dr. Jairo Sobrinho, hematologista do Hospital Israelita Albert Einstein.
De que forma é feito o novo tratamento?
Atualmente, o tratamento da doença no Brasil é feito com quimioterapia, administração de corticoides ou transplante de medula. Neste contexto, a aprovação de daratumumabe representa uma grande evolução, pois os estudos com o novo medicamento mostram que a droga posterga a recaÃda da doença, reduzindo o risco de piora em 67% vs. o tratamento padrão da doença,recaÃda ou resistente quando combinado com bortezomibe e dexametasona, além de aumentar a taxa de resposta global do tratamento para 84%. Quando utilizado logo no inÃcio, em 2ª linha de tratamento, a redução do risco de avanço da doença chega em 78%, sugerindo que os pacientes que utilizam antes tenham maior benefÃcio. Daratumumabe é uma opção na falha da primeira linha de tratamento.
O médico explica que “Daratumumabe teve resultados impressionantes, que ressaltam o seu benefÃcio clÃnico potencial como opção de tratamento, que poderá ser feito em combinação com outras drogas sem interferir nos benefÃcios de cada uma delas ou atuando isoladamenteâ€.
Por ser um tratamento que atua como terapia-alvo, ou seja, ataca diretamente as células afetadas, há uma redução potencial nos efeitos adversos e, consequentemente, melhora na esperança e qualidade de vida desse paciente. “Notamos que a expectativa de vida, que era em média de três anos, passou para oito anos de sobrevida, um número expressivo e que não podemos ignorar quando pensamos em cada um de nossos pacientes e seus familiaresâ€, felicita o hematologista.
Como ainda existe uma necessidade não atendida para os pacientes com mieloma múltiplo, que experimentam recaÃdas ou não respondem à s terapias que já estão disponÃveis, a chegada de daratumumabe é um avanço considerável e expressivo.
O estudo
o   Estudo MMY3004 (CASTOR)
Em um acompanhamento mediano de 13 meses, daratumumabe melhorou significativamente a sobrevida livre de progressão da doença (PFS), objetivo primário do estudo, mostrando uma redução de 67% no risco de progressão ou morte, em comparação com o tratamento padrão. Além disso, daratumumabe significativamente aumentou as taxas de resposta globais (ORR) [84% versus 63%, p <0,0001] e duplicou as taxas de resposta parcial muito boas (VGPR) [61% versus 29%] e as taxas de resposta completa (CR), ou melhor [26% versus 10%]. A PFS mediana não foi atingida, comparada com uma PFS mediana de 7.9 meses para os pacientes que receberam bortezomibe e dexametasona.
O estudo MMY3004 multinacional, fase 3, aberto, randomizado, multicêntrico, com controle ativo, envolveu cerca de 490 pacientes com mieloma múltiplo que receberam ao menos uma terapia prévia. Um total de 66% dos pacientes receberam tratamento prévio com bortezomibe; 76% receberam tratamento prévio com um agente imunomodulador (IMID); e 48% receberam tratamento prévio com um inibidor de proteassoma (IP) e agente imunomodulador (IMID). Dos pacientes, 33% eram refratários a um agente imunomodulador, e 32% eram refratários a sua última linha de terapia anterior. Um total de 498 pacientes foram randomizados para receber daratumumabe combinado com bortezomibe e dexametasona [n = 251] ou bortezomibe e dexametasona [n = 247]. Os participantes foram tratados até a ocorrência de progressão da doença, toxicidade inaceitável ou retirada do consentimento do estudo
Em 30 de março de 2016, o ensaio MMY3004 (CASTOR) foi aberto após alcançar seu objetivo primário de melhorar o PFS em uma análise interina pré-planejada (HR = 0,39, p <0,0001). Com base na recomendação de um Comitê Independente de Monitoramento de Dados (IDMC), os pacientes do braço de tratamento padrão tiveram a opção de receber daratumumabe após progressão confirmada da doença.
Saiba mais sobre:
O daratumumabe
Daratumumabe é o primeiro anticorpo monoclonal (mAb) anti-CD38, que é uma proteÃna altamente presente nas células do mieloma, independente do estágio da doença.Estudos adicionais estão em curso ou planejados para avaliar o seu potencial em outras doenças malignas e pré-malignas em que o CD38 se expressa, como o mieloma assintomático e linfoma não-Hodgkin. Daratumumabe é o primeiro anticorpo monoclonal a receber aprovação nos EUA, paÃs em que foi avaliado em regime de priorização por ser considerado terapia break through, na Europa e mais 5 paÃses para tratar o mieloma múltiplo recorrente ou refratário. Daratumumabe acaba de ser aprovado no Brasil pela Anvisa em regime de priorização.
Mieloma Múltiplo
O mieloma múltiplo é um câncer hematológico incurável, que ocorre quando as células plasmáticas malignas crescem descontroladamente na medula óssea.O câncer refratário ocorre quando a doença do paciente é resistente ao tratamento ou, no caso de mieloma múltiplo, quando há progressão da doença dentro de 60 dias após o último tratamento. Câncer recorrente é quando a doença retornou após um perÃodo de remissão inicial, parcial ou completa. Representando cerca de 1% de todos os cânceres e 15%-20% de malignidades hematológicas em todo o mundo, o mieloma múltiplo é o segundo câncer hematológico mais frequente e continua sendo uma doença incurável devido à sua recidiva inevitável e à evolução da resistência aos medicamentos disponÃveis. Enquanto alguns pacientes com mieloma múltiplo não apresentam sintoma algum, a maioria dos pacientes são diagnosticados devido a sintomas que podem incluir fratura óssea ou dor, contagens de glóbulos vermelhos baixa, fadiga, elevação de cálcio, problemas renais, ou infecções.Pacientes com doença recidivada e refratária ao tratamento padrão normalmente têm prognósticos menos favoráveis.
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FONTE:Da Assessoria
American Cancer Society. “Multiple Myeloma” .





