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     Para o coordenador do Núcleo Permanente de Métodos Consensuais de Solução de Conflitos do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, juiz Hildebrando da Costa Marques, esse é um passo extremamente importante em prol dos métodos consensuais de solução de conflitos. “Desde 2010, com a Resolução 125 do CNJ, vem se buscando implementar essa nova cultura, essa nova prática, no meio jurÃdico, e vem, de lá para cá, se consolidando aos poucos. Posteriormente, tivemos a lei de mediação e a reforma do Código de Processo Civil para inserir os métodos consensuais como métodos obrigatórios para a resolução dos conflitos. Agora tivemos um dos passos mais importantes, que é introduzir, de forma obrigatória, essa disciplina nos cursos de Direito. Com isso, os profissionais já sairão conscientes da importância e sabendo lidar com esses métodos adequadosâ€.Â
     Conforme o magistrado, a nova medida vem em boa hora para que seja possÃvel capacitar desde cedo os profissionais do Direito na aplicação e utilização dos métodos consensuais. “A gente costuma dizer que a redução do estoque processual é um efeito secundário da polÃtica. A intenção inicial é mudar a cultura, fazer com que as pessoas entendam que é muito melhor, é muito mais rápido e traz maior satisfação quando você mesmo resolve os conflitos, quando você consegue dialogar com a parte oposta e chegar a uma decisão consensualâ€.
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     Segundo o coordenador, desde 2013 já é disponibilizada aos alunos a disciplina ‘Mediação e Arbitragem’, com 30h/aula, além do estágio no NPJ com a prática da mediação. “O Núcleo é voltado para atender a população carente de Várzea Grande. O requisito é que a pessoa tenha renda familiar de até, no máximo, três salários mÃnimos. Temos fluxo bem intenso, com cerca de dois mil processos em tramitação. Trabalhamos com o método tradicional de solução de conflitos, mas focados nessa questão da mediação, porque entendemos que esse é o futuro da justiçaâ€, afirmou.
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     O aluno se diz a favor do uso de métodos adequados de solução de conflitos, desde que sejam bem aplicados e que haja a colaboração das partes. “Precisamos da estrutura extrajudicial bem formada, com advogados bem instruÃdos, assim como as partes colaborando para a solução do conflito. É o que se tem buscado no Direito hoje, você tentar a conciliação, o acordo, antes de ir para o Judiciário. Os advogados têm que trazer isso para dentro de si, e não focar só em honorários. Tem que pensar de que forma podemos ser efetivos no Direito para as partes, na solução dos problemas como um todoâ€.
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   “Dou nota 10. A mediação aumenta o elo e diminuiu o problema da distância das partes. Com a mediação, podemos fazer com que os processos sejam encerrados antecipadamente, sem a necessidade de ir a julgamento. Isso aà traz um benefÃcio tanto para a famÃlia quanto para a justiça também, porque diminui o tempo de tramitação, e tempo é dinheiro, tanto para Justiça quanto para a famÃlia também. Isso desafoga sim, e muito, a estrutura jurÃdica. A prática dentro do NPJ é muito importante, porque estou tendo essa experiência maravilhosa e indico. Acho que vale muito a penaâ€.
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LÃgia Saito
Coordenadoria de Comunicação do TJMT





