CONTROLE FINANCEIRO FALHA E DÓLAR VAI A TRÊS REAIS

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    Pluma

    Moeda dos EUA renovou cotação máxima em mais de dez anos.
    Mercado reage às incertezas sobre a política de ajuste fiscal.

     

    Do G1, em São Paulo

    Trata-se da maior cotação de fechamento desde desde 19 de agosto de 2004, quando atingiu R$ 2,987.

    Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em torno de US$ 2,3 bilhões.

    Escalada do dólar
    Cotação de US$ 1, em R$
    2,87922,83342,86812,88522,8562,89512,9282,9807valor23/0224/0225/0226/0227/0202/0303/0304/032,8252,852,8752,92,9252,952,9753
     

    Na noite passada, o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) surpreendeu o Executivo ao rejeitar a medida provisória 669, argumentando que ela não cumpria preceitos constitucionais. Pouco depois, o governo enviou um projeto de lei com urgência constitucional assinado pela presidente Dilma Rousseff para substituir a MP.

    “A devolução da MP mostra que o governo vai ter mais dificuldade para fazer o ajuste fiscal e que vai ter barreiras políticas no caminho”, disse o economista da Tendências Rodolfo Oliveira.

    A perspectiva de melhora da política fiscal vinha sendo uma luz no fim do túnel em meio ao cenário de contração econômica e inflação acima de 7%. À medida que se torna mais difícil para o governo cortar seus gastos, a pressão cambial também se intensifica.

    “O dólar já estava em uma tendência de alta em função dos fundamentos deteriorados. Agora, há esse “a mais”, que é o cenário político conturbado dificultando a implementação do ajuste fiscal”, disse à Reuters o analista da WinTrade Bruno Gonçalves, que não tem expectativas de alívio no câmbio no curto prazo.

    Com isso, cresce a ansiedade do mercado sobre o futuro do programa de intervenção do Banco Central no câmbio.

    Intervenções do BC
    O atual programa de leilões diários de swap cambial (equivalente a oferta futura de dólares) está marcado para durar até pelo menos o fim deste mês, e a sinalização de que o BC pretende rolar apenas parcialmente os contratos que vencem em 1º de abril já injetou incerteza no mercado.

    “Isso tudo dá mais fôlego para o mercado testar o BC”, disse o operador de câmbio da corretora Intercam Glauber Romano. 

    “Se não houvesse esta interferência do BC, o câmbio já deveria estar no patamar de R$ 2,90 há alguns meses”, explicou o professor do Insper Otto Nogami.

    Nesta manhã, o BC deu continuidade às intervenções diárias, vendendo a oferta total de até 2 mil swaps, com volume correspondente a US$ 97,7 milhões. Foram vendidos 100 contratos para 1º de dezembro de 2015 e 1.900 para 1º de fevereiro de 2016.

    O BC também vendeu a oferta total no leilão de rolagem dos swaps que vencem em 1º de abril. Até agora, foram rolados cerca de 11% do lote total, que corresponde a US$ 9,964 bilhões.