
Só NotÃcia Boa

        Nada de trancar, ou largar o sonho de concluir a faculdade por falta de dinheiro.
        Um estudante do Piauà passa o dia puxando carrinho pelas ruas de Teresina para catar lixo e com esse dinheiro sustentar a famÃlia e pagar os estudos. Claro que isso não é boa notÃcia, mas a garra dele deve servir de inspiração.
         João Francisco Oliveira Nery, 35 anos, cata garrafas pet, copos descartáveis e latinhas de cerveja para gerar renda e ajudar a esposa no sustento da casa e do filho de um ano e seis meses.
        “Eu encontro o meu sustento naquilo que as pessoas jogam fora. É como se as pessoas jogassem dinheiro no lixo. Porque o lixo dos outros é o dinheiro que me sustentaâ€, disse ao G1.
        João apura R$ 1,50 para cada quilo de latinha, e R$ 0,40 para cada quilo de plástico. Parte do material recolhido é vendido para a Prefeitura de Teresina e o outro levado para Fortaleza, onde é reciclado.
       Além do trabalho nas ruas, João também é contratado para manter limpo o ambiente de festas e grandes eventos.
         “Eu espalho lixeiras nos locais de festa para que pessoas joguem o material dentro do lixo. Mas infelizmente as pessoas ainda não têm a consciência de jogar lixo no lixo. Por isso, recolho também o material do chãoâ€, contou.
Faculdade
          Hoje com o que ganha do recolhimento e venda dos materiais, João paga o curso de Engenharia Ambiental e Sanitária em uma faculdade particular de Teresina.
       O catador não precisaria trabalhar nas ruas e focar apenas nos estudos, se quisesse, já que poderia contar com a ajuda da esposa, caixa de uma agência bancária, e do pai que é agente da PolÃcia Civil do PiauÃ.
         Mas João não mostra ter vergonha do que faz, ele se orgulha. O catador diz não fazer por obrigação, por prazer e pela consciência humana de ajudar o meio ambiente.
           “Existe toda uma questão financeira para o que eu faço, porque preciso também ajudar em casa e sustentar a minha famÃlia. Só que também tem toda uma questão ambiental. Quando morei na Amazônia e no Acre conheci pessoas que trabalhavam com a parte ambiental, e decidi trabalhar na área pelo simples prazer de proteger o meio ambienteâ€, disse.








