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Empresários de Paranaíta ameaçam fechar rodovia

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Fonte: Eliza Gund/ Nativa News

PARANAÍTA

                            O município de Paranaíta, Nortão do Estado do Mato Grosso está enfrentando um empasse entre empresários e complexo hidrelétrico. Uma situação que começa a repercutir e poderá tomar proporções desastrosas, caso não haja entendimento entre empreendimento e comércio local com o pagamento dos operários da obra.

                        Há cerca de duas semanas alguns comerciantes se reuniram, ao notar a movimentação de ônibus transportando funcionários do complexo hidrelétrico São Manoel para o município de Alta Floresta em dias de pagamento. “Tudo começou quando nós percebemos que os ônibus, 80%, estavam indo para Alta Floresta e nem 20% ficando por aqui”, relatou a empresária do ramo de confecções Catiúcia Dalgobo.

                 Três reuniões foram realizadas pelo grupo, a primeira dela com o prefeito municipal, Tony Rufatto, que após postagens na rede social Facebook, procurou o representante dos empresários. “Ele quis se defender, chamou a gente, nos reunimos, ele mostrou um acordo que tinha com a usina São Manoel, dizendo que só concordava com esta usina em Paranaíta se 100% dos pagamentos fossem feitos aqui na cidade, porque lucro com a usina Paranaíta não iria ter muito. Quando ele se defendeu, e disse que estava do nosso lado, a gente decidiu se mobilizar para que realmente este acordo seja cumprido”, pontuou Dalgobo, destacando o desgaste do município, e a corrente que são os comércios interligados, “Muito prejuízo, porque dinheiro está circulando em Alta Floresta, e o desgaste da cidade está ficando com a gente, ambiente social, e na verdade uma coisa puxa a outra”.

                  Já o empresário do ramo farmacêutico, Ismael Basseti, destaca a queda do movimento local, e as promessas feitas ao prefeito antes do início das obras. “O principal fator hoje, é que caiu 70% do movimento referente ao pessoal da usina. Eles (representantes da São Manoel Energia) alegaram que Paranaíta não tem suporte para o pessoal da usina, concordo plenamente, mas eles também alegaram no vídeo que se precisasse de suporte, eles correriam atrás do bancos, e não foi feito isso”.

                     O impacto social no município de Paranaíta, relacionado à saúde, segurança e educação, é baixo com esta nova obra, mas a reclamação gera em torno de investimentos realizados para atender a demanda da população flutuante, prevista. “O impacto do comércio, com o povo que investiu, investiu muito no comércio para atender o pessoal da usina, e infelizmente vai atender quem, se todos estão indo para Alta Floresta”, destacou Basseti.

                Em três reuniões realizadas pelo grupo de comerciantes, indagações foram realizadas junto à representantes bancários do município, pois de acordo com posicionamento do representante da São Manoel Energia para o grupo, o Banco Bradesco foi procurado para a abertura de Contas Salário aos funcionários da obra, e este teria alegado que não havia interesse, fator que causou revolta aos empresários. “Se o banco não tem interesse em atender o pessoal da usina, diretamente ele atingiu o comércio, pois quem dá renda ao banco, que é o pioneiro de Paranaíta, é o comércio e não a usina ou outro tipo de renda, aqui não tem”, pontua Basseti.

                   O desejo dos empresários locais é de que os pagamentos sejam de fato realizados no município conforme prometido antes do início das obras. O descontentamento do comércio é geral, uma nova reunião deverá acontecer no plenário da Câmara Municipal de Vereadores de Paranaíta às 08h da manhã desta sexta-feira (24), onde a presença de representantes bancários e do complexo hidrelétrico foi confirmada e devem dar uma solução

à problemática apontada pelo comércio.

               “Caso a resposta seja negativa, o comércio em si vai se mobilizar e vai trancar a estrada. Não vamos privar o pessoal de sair da usina, quem vir de lá estará totalmente livre para vir, mas voltar infelizmente não vão voltar”, finalizou Basseti.