Agência JB Press especial para o CenárioMT
           (BrasÃlia) – A ministra da Agricultura, Kátia Abreu, teve que agir como porta-voz do Palácio do Planalto nesta quarta-feira. Em entrevista coletiva, onde nossa equipe do CenárioMT estava presente, a ministra teve a amarga tarefa de avisar aos caminhoneiros do Brasil que o governo não pretende reduzir a tarifa da Cide - Contribuição de Intervenção no DomÃnio Econômico, para o óleo diesel. A reivindicação está na pauta dos motoristas que bloqueiam diversas rodovias pelo PaÃs.
 A despeito disso, Kátia Abreu tentou demonstrar que o governo se solidariza com os caminhoneiros que pararam em protesto há quase uma semana.
 Segundo a ministra, as reivindicações “são justas e o governo está empenhado em atendê-los, seja por meio da[aprovação sem vetos] legislação dos caminhoneiros ou pela prorrogação dos financiamentos de caminhões com juros a 2,5% ao anoâ€.
 No entanto, voltou a afirmar que o Executivo não planeja reduzir a Cide. Ao longo de seu pronunciamento, Kátia Abreu reafirmou por diversas vezes que “o governo está bastante convicto da importância de mantê-la e de não estar disposto a abrir flexibilizações por questões fiscaisâ€. Em suas palavras, “o que é bom para o Brasil tem de ser bom para todosâ€, portanto, “manteremos diálogoâ€, concluiu.
 A ministra disse também que, até o final do dia, será encaminhada uma proposta do ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Miguel Rosseto, aos motoristas grevistas em busca de algum avanço nas negociações.
 Nota da CNA – A CNA - Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, manifestou-se por meio de nota hoje. O texto enfatiza a preocupação da entidade frente aos maus efeitos das paralizações dos caminhoneiros.
 Segundo a direção da CNA os protestos “já provocam graves perturbações nas cadeias produtivas do agronegócioâ€. Portanto, diz a nota, já se podem ser verificados “danos irreparáveis à economia da produção, com reflexos severos na vida da população brasileiraâ€.
 Caminhoneiros insistem em redução – Em resposta à s declarações do governo, Ivan Luiz Schmidt, representante do Comando Nacional do Transporte, afirmou em reunião realizada na tarde de hoje que os motoristas paralisados não abrem mão de sua pauta de reivindicações e que continuarão a lutar para que haja imediata redução do preço do óleo diesel vendido nos postos de combustÃveis em R$ 0,50 até que as negociações evoluam para que seja definido um valor de frete mÃnimo para os caminhoneiros. Segundo os representantes dos caminhoneiros que se encontram em BrasÃlia negociando com o governo, o valor do frete pago aos profissionais não poderia ser inferior a R$ 0,70 por eixo de caminhão a cada quilômetro rodado.
 Segundo Schmidt, “não adianta o governo pedir para a gente esperar 120 dias, porque isso significa a gente trabalhando 120 dias de graça†(…) “Não recebemos aumento no valor do frete há dez anos. Isso significa que já demos nossa colaboração, no sentido de contribuir para a queda da inflaçãoâ€.
Schmidt ainda declarou à imprensa que o movimento dos motoristas tem utilizado as redes sociais para informar a população de sua pauta de reivindicações e que, graças a isso, o apoio à s manifestações vem crescendo todos os dias em todo o Brasil. “Criamos uma página do Comando Nacional do Transporte no Facebook e depois uma rede pelo WhatsApp para defender nosso lado, já que os empresários não têm interesse em aumentar nosso freteâ€, disse ele.