
PJC-MT
      Economia, celeridade e maior eficácia investigativa são desafios que devem ser superados pela PolÃcia Civil com a modernização de seu parque tecnológico. A ferramenta principal dessa evolução será o Inquérito Policial Eletrônico (IPe), que até o final de 2019 e começo de 2020 deve estar com seu piloto em fase de testes e ajustes, funcionando em uma delegacia de polÃcia.
O inquérito policial eletrônico é o carro-chefe da gestão do delegado geral, Mário Dermeval de Aravéchia de Resende. Para sua implantação devem ser investidos cerca de R$ 3 milhões, na aquisição de equipamentos (leitores biométricos, assinaturas digitais, discos de armazenamentos, servidores, entre outros).
O investimento vai gerar economia anual de R$ 2 milhões, com a eliminação de impressões, papel e combustÃvel, além de espaço fÃsico e otimização do efetivo no trajeto delegacia-fórum, para levar e buscar processos todos os dias.
“Estamos fortemente trabalhando junto ao Ministério Público e o Tribunal de Justiça. Já tivemos auxÃlio para aquisição desses aparelhos para colocar em funcionamento o inquérito eletrônico, que integrará a base de dados do sistema Geia da PolÃcia Civil com o PJe (Processo Judicial Eletrônico) do Tribunal de Justiçaâ€, explica o delegado geral.
O inquérito policial eletrônico será a integração do sistema Cartórium do conjunto de módulos do Geia da PolÃcia Civil, com o Processo Judicial Eletrônico (PJe) do Tribunal de Justiça. A integração dos dois sistemas tornará o inquérito policial 100%  eletrônico e integrado, de forma que com um único “cliqueâ€, e, em tempo real, seja transmitido ao Poder Judiciário todas as peças que compõem o inquérito policial.
Outros procedimentos agregados ao inquérito policial, como o recebimento de notificações, cotas ministeriais e decisões serão também realizados diretamente no sistema da PJC, tornando o trabalho ágil e seguro, evitando a possibilidade de alterações de peças, perda de partes do inquérito ou provas.
Com a implantação do modelo, ainda haverá ganho na administração da PolÃcia Civil, possibilitando a tomada de decisões ágeis dos gestores e titulares das unidades, que terão à sua disposição dados em tempo real.
“Estamos trabalhando para termos uma gestão organizada e reduzir as dificuldades que enfrentamos no interior do Estado. Temos distâncias geográficas enormes no estado, cidades que não são comarcas e necessitam de deslocamentos quase que diários. O inquérito policial eletrônico vai impactar, especialmente, ao policial do interior diante das ferramentas que irá agregarâ€, afirma a diretora de Execução Estratégica, Daniela Silveira Maidel.Integração de bases
O sistema também vai abrir caminho para integração da base de dados com outras instituições, implantação de ferramentas de investigação e inteligência, melhoria no cadastramento de indivÃduos, e de aplicativos que darão mais celeridade à investigação, eficácia e confiabilidade no trabalho executado pela PolÃcia Civil.
O novo modelo ainda prevê a distribuição inteligente por georeferenciamento de intimações, mandados e precatórias, para o cumprimento com maior economia de combustÃvel. O sistema ainda permitirá desenvolvido de ferramentas para a realização de gravação, degravação de áudio e captura de vÃdeo das oitivas, videoconferência e filmagem dos interrogatórios e demais oitivas do procedimento policial, na delegacia de polÃcia.
“Com a sistematização de todo processo, será possÃvel melhor acompanhamento dos trabalhos, tanto pela instituição como pelos órgãos de controleâ€, afirma Mário Dermeval.
O coordenador de Tecnologia da Informação da PolÃcia Civil, investigador Fábio Arruda Goes Ferreira, disse que a implantação do inquérito eletrônico vai possibilitar a PolÃcia Civil planejar a organização de processos utilizando metodologias implantadas diretamente no sistema. “Será possÃvel a implementação de ferramentas de análise de dados estatÃsticos avançados para gerar Dashboard (painel de informações) aos gestores na tomada de decisões e controle da produtividade das unidadesâ€, explica o  coordenador.
A implantação do inquérito policial eletrônico vem sendo discutida em várias reuniões ocorridas com o Tribunal de Justiça, Ministério Público Estadual  e os departamentos de informática e tecnologia dessas instituições. Visitas para conhecer a realidade de outros estados, como São Paulo e o Distrito Federal, também foram realizadas pela diretoria.
“Através de oficinas tecnológicas conseguimos desenvolver o nosso projeto e concluÃmos que será possÃvel a implantação do IPe usando do GEIA, que tem uma linguagem de programação semelhante a do TJ, que é o Javaâ€, informa o delegado geral.
BenefÃcios
O analista de sistemas, escrivão Ricardo Rodrigues Barcelar, é o coordenador da Fábrica de Software e responsável pelo desenvolvimento do sistema Geia da PolÃcia Civil. Segundo o analista, o inquérito policial eletrônico trará vários benefÃcios ao trabalho cartorário. “Com o atual sistema já observamos os benefÃcios da geração automática de peças, mas com o IPe estas peças serão assinadas na forma digital dispensando sua impressão e formação de um processo fÃsicoâ€, disse.
Para os policiais que atuam diretamente no inquérito policial, em especial o escrivão de polÃcia, o modelo proporcionará mais do que controle, permitirá a contabilização dos feitos e a segurança na guarda dos documentos produzidos.
A ferramenta também será um dos instrumentos na implantação do plantão regionalizado. Por meio da assinatura digital os documentos produzidos nos autos podem ser assinados remotamente.
 “O que se busca com tudo isso é dar celeridade à investigação e trazer maior efetividade ao trabalho da PolÃcia Civil com o inquérito policial. Acreditamos que em 2019 já estaremos implantando em algumas unidade para que em 2020 tenhamos em todo o estadoâ€, finaliza o delegado geral, Mário Dermeval.
Medidas Protetivas
O encaminhamento de medidas protetivas por meio digital ao Poder Judiciário é a primeira experiência da PolÃcia Civil, nesse processo de transmissão eletrônica de procedimento ao Tribunal de Justiça de Mato Grosso. Funcionando desde agosto de 2018, na Delegacia da Mulher de Cuiabá, e em 2019 na Delegacia da Mulher de Várzea Grande, o envio deu mais agilidade e segurança à s vÃtimas que buscam pelo atendimento nas unidades Especializadas, além de maior controle daquelas vÃtimas em risco eminente de feminicÃdio. O encaminhamento digital também está em vias de começar em todas as demais delegacias da mulher do interior.
O GEIA
O projeto Geia é um sistema que reúne um conjunto de módulos que visa a gestão,  controle e rotinas administrativas e operacionais, ajudando no fornecimento de informações rápidas sobre efetivo, lotações, viaturas, móveis e relatórios para os titulares, além de outras ferramentas que ajudam as unidades em pesquisas e análise de vÃnculos de pessoas investigadas.O Sistema Geia foi implantado em 2012, na gestão do então delegado geral, Anderson Aparecido dos Anjos Garcia, como necessidade de melhorar as informações da gestão administrativa. O Geia é composto dos módulos Argus, Vinculum, Precatória, Petardo, Cartorium e GView e Simbia, e é totalmente desenvolvido e gerenciado pela PolÃcia Civil, por meio da Fábrica de Software da Academia da PolÃcia Civil.








