Apesar de inconformismo da população com a presidente, impeachment no Senado deve demorar

LAICE SOUZA/blogdoantero

   

                      O senador mato-grossense, José Medeiros (PPS), afirmou que o processo de impeachment da presidente da República Dilma Rousseff (PT) não deve sair na rapidez que a população espera. “Temo que a situação tenha que ‘piorar mais um pouco’ para o pedido de impeachment passar no Senado Federal”, disse durante entrevista ao programa Jornal da Capital, da rádio Capital FM, na manhã desta terça-feira (20). 
               Na avaliação do senador, a demora é justificada pelo “respaldo que a Dilma tem junto à presidência do Senado”. Segundo o senador, é grande o inconformismo dentro do Senado com as pedaladas fiscais e os casos de corrupção que rondam o governo da atual presidente. Entretanto, os senadores deverão aguardar um pouco mais para que o movimento pela retirada da presidente do poder ganhe força no Senado.

            Conforme a lei em vigor, quem tem a competência para aceitar o pedido de impeachment da presidente é a Câmara Federal, por meio de seu presidente, no caso o deputado Eduardo Cunha (PMDB). Após ele aceitar o pedido, o texto é encaminhado a uma comissão parlamentar de inquérito que irá analisar o pedido e emitir um parecer, que será apreciado pelos 513 deputados.

            Para seguir em frente, é necessário que dois terços do total de deputados votem pelo impeachment para ser encaminhado ao Senado, que também precisa de dois terços dos 81 senadores para que seja aprovado.

           No período em que a presidente estiver sendo investigada, no prazo máximo de 180 dias, ela deverá ser afastada do cargo, assumindo o vice-presidente, Michel Temer (PMDB).

           Dilma é apontada pela oposição ao seu governo, capitaneado pelo partido PSDB, de ter responsabilidade pelos casos de corrupção que envolvem o PT e a Petrobrás. Entre as irregularidades estaria a compra da refinaria Pasadena, que custou à Petrobras US$ 1,18 bilhão, quase 30 vezes mais que o valor pago pela empresa belga Astra para adquiri-la um ano antes.

           Além disso, ela é acusada de não ter feito nada para impedir a compra desastrosa e investigado os casos que envolviam pagamento de propina.