
Deputado criticou decisão do Hospital São Mateus em afastar profissional que realizava partos naturais.
“Há argumentação  de que as mulheres que optam por partos respeitosos, humanizados e naturais gritam e incomodam os demais pacientes que estão intenados na unidade”, ressalta Wancley  dizendo  ser “um retrocesso essa decisão. É inaceitável
EDUARDO CARDOSO/Assessoria de gabinete
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| Dep. Wancley (Foto: Marcos Lopes/ALMT) |
            A recente notÃcia de que um grande hospital de Cuiabá afastou um dos mais queridos e competentes ginecologistas e obstetras da capital, especialista em partos humanizados, fez o deputado Wancley Carvalho (PV) usar a tribuna da Assembleia Legislativa para sair em defesa do médico, na sessão matutina  de quinta-feira (19).
A decisão do Hospital São Mateus, foi duramente criticada pelo deputado que coordena a Frente Parlamentar em Defesa das Práticas Integrativas em Saúde (Frente HolÃstica). “Foi na contramão das recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e cria restrição na forma de nascer”, disse na tribuna.
O parlamentar afirmou ainda que tem acompanhado, por meio das redes sociais, o movimento de apoio ao doutor Victor Rodrigues, com a hashtag #euapoioDrVictorRodrigues, em que mulheres se sensibilizaram com a notÃcia de que o médico não poderia mais internar suas pacientes no hospital.
“É um retrocesso essa decisão. É inaceitável. Há mais de 15 anos, o doutor Victor interna pacientes e faz entre seis a 10 partos humanizados por mês. De uma hora para outra, o hospital chama ele para conversar e afirma que a unidade não possui estrutura para atender esse tipo de parto. Essa decisão é um desrespeito com a vida, com o direito de nascer”, afirmou Wancley.
Em outro trecho do discurso, Wancley diz: “Aà vem a argumentação de que as mulheres que optam por partos respeitosos, humanizados e naturais gritam e incomodam os demais pacientes que estão internados na unidade. Ora, o processo natural exige esforço fÃsico e é doloroso. Algo que poderia ser resolvido com diálogo e adequações na unidade, e não com restrição de atendimento ao parto. Sim, isso é restringir a forma de nascer. A América Latina é campeã nos Ãndices de cesarianas”, complementou.
O deputado lembrou que não vê problemas na escolha pela cesariana, como forma de nascer. “Estamos falando de vida. Para mudar o mundo, precisamos mudar a forma de nascer. Muitos médicos e hospitais optam por cirurgias pela comodidade, porque não querem esperar a fisiologia do corpo da mulher e o tempo de nascer. Não vejo problemas na escolha pelo parto por cesariana, desde que a mãe tenha ciência das duas opções e benefÃcios para ambos”, finalizou.
Wancley é coordenador da Frente HolÃstica, que defende a utilização das práticas integrativas de saúde no Sistema Único de Saúde (SUS). No mês passado, apresentou um projeto de lei com objetivo de garantir a presença de doulas durante todo o perÃodo de trabalho de parto, parto e pós-parto imediato, sempre que solicitadas pela parturiente em maternidades, casas de parto e estabelecimentos hospitalares da rede pública e privada de Mato Grosso.
Para que essa lei entre em vigor é necessário que os hospitais estejam aptos a acolher essas gestantes. “É hora de discutir a implantação de uma casa de partos na capital. Tenho sido cobrado e vou lutar por isso junto com a Frente HolÃstica em defesa das práticas integrativas em saúde”, concluiu








