A desigualdade de gênero foi um dos motivos pelos quais o Brasil perdeu em 2015 uma posição no ranking do Ãndice de Desenvolvimento Humano (IDH). A informação consta de relatório do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) divulgado em dezembro. O paÃs ficou com a 75ª posição em 188 nações.
         Essa disparidade se reflete na polÃtica, como demonstra o documento O Trabalho como Motor do Desenvolvimento Humano, do Pnud. O documento mostrou que o Brasil está na 97ª posição entre 155 paÃses do mundo quando se compara a realidade dos homens com a das mulheres. Conforme os Ãndices do estudo, só 9,6% dos assentos no parlamento são ocupados por mulheres.
   No caso de o percentual mÃnimo não ser atingido por um determinado gênero, as vagas necessárias serão preenchidas pelos candidatos desse gênero com a maior votação nominal individual entre os partidos que atingiram o quociente eleitoral. A medida abrange a Câmara dos Deputados, assembleias legislativas, Câmara Legislativa do Distrito Federal e câmaras municipais.
Reforma polÃtica
A proposta de emenda à Constituição que visa aumentar a participação feminina na esfera polÃtica nasceu na Comissão da Reforma PolÃtica. Chegou ao Plenário do Senado e foi aprovada em 8 de setembro, em segundo turno, com 52 votos favoráveis e cinco contrários.
O lÃder do PT, Humberto Costa (PE), foi um dos que defenderam a mudança na Constituição. Para ele, o passo ainda foi pequeno. Vários parlamentos do mundo, como ressaltou, têm polÃticas de cotas para as mulheres.
— As condições para que as mulheres façam polÃtica no nosso paÃs são absolutamente adversas. Uma proposta como essa, apesar de extremamente tÃmida e limitada, pelo menos representa uma medida de discriminação positiva, que pode ser ampliada — disse Humberto Costa.
A senadora LÃdice da Mata (PSB-BA), por sua vez, afirmou não ser possÃvel acreditar que haja poucas mulheres na vida pública porque elas não gostam de polÃtica.