Ao todo foram detectados 9.815 indÃcios de irregularidades nas prestações de contas de candidatos e partidos polÃticos de Mato Grosso.
Sete doadores de campanhas eleitorais, sendo um deles de Cuiabá e os outros seis do interior, estão registrados no Sistema de Controle de Óbitos, o que aponta para indÃcio de lavagem de dinheiro em campanhas eleitorais.
O relatório aponta ainda 2.437 doadores sem vÃnculo empregatÃcio nos dois meses anteriores à data da doação, o que indica falta de capacidade econômica para contribuir com campanhas eleitorais. Da mesma forma há fornecedores de campanhas eleitorais sem registro ativo na Junta Comercial ou Receita Federal, o que indica falta de capacidade operacional da empresa.
Há, ainda, 1.072 casos de doadores para campanhas eleitorais que são sócios ou dirigentes de empresa que recebe recursos da administração pública, o que poderá comprovar repasse indireto de recursos públicos à campanha.
Os outros indÃcios de irregularidades foram os seguintes:
– 512 fornecedores que possuem relação de parentesco com o candidato ou seu vice, revelando indÃcios de suspeita de desvio de recursos;
– 437 casos de cessão de uso de veÃculo que não está registrado em nome do doador, indicando possÃvel fraude na doação estimável em dinheiro;
– 267 empresas fornecedoras de campanha, constituÃdas em 2015 ou 2016, que possuem sócio filiado a partido polÃtico, indicando possibilidade de constituição de empresa com desvio de finalidade para uso em campanha eleitoral;
– 346 fornecedores com número reduzido de empregados, o que indica falta de capacidade operacional.
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Ganho foi imensurável, diz desembargadora Maria Helena Póvoas
Para a desembargadora Maria Helena Póvoas, presidente do TRE-MT, as eleições 2016 ficarão marcadas pelo salto da Justiça Eleitoral no que concerne à sua capacidade de combate ao caixa 2 de campanhas eleitorais e outras formas de corrupção eleitoral.
A parceria com a Justiça Eleitoral vai trazer benefÃcios para outras instituições brasileiras, que poderão atualizar e/ou depurar seus cadastros. Os atendidos pelo Bolsa FamÃlia, por exemplo, que figuram como doadores de campanhas eleitorais, podem ter o benefÃcio cancelado, caso fique comprovado que não se enquadram no perfil exigido pelo programa social.