Segundo a PolÃcia Militar, houve desobediência e obstrução à Justiça
DO ESTADÃO
          O ex-senador Eduardo Suplicy (PT), candidato a vereador em São Paulo, foi detido na manhã desta segunda-feira, 25, durante reintegração de posse na zona oeste da capital, por desobediência e obstrução à  Justiça, segundo o capitão Eliel Pontirolli, da PolÃcia Militar. Suplicy se deitou no chão para impedir uma reintegração de posse que ocorre desde à s 5 horas em um terreno ocupado por cerca de 350 famÃlias há pelo menos três anos na Cidade Educandário, na região da Rodovia Raposo Tavares. O ex-senador foi carregado pelos policiais militares, colocado em uma viatura e levado para o 75º Distrito Policial (Jardim Arpoador). Outras duas pessoas foram presas.
          Mais cedo, houve confronto e troca de tiros entre moradores que protestavam contra a ação e policiais militares. Segundo os moradores, o confronto começou porque uma criança que morava no bairro foi atingida por uma bomba de gás lacrimogêneo, o que causou revolta. Alguns moradores revidaram, queimaram pedaços de madeira e atiraram contra os agentes. Um PM que estava de colete foi atingido.
          Um ônibus foi incendiado por volta das 6 horas pelos manifestantes. O coletivo havia sido colocado pelos moradores para impedir a reintegração de posse. Com a chegada da Tropa de Choque da PolÃcia Militar, eles atearam fogo no coletivo da linha 748R-10 Jardim João XXIII/Metrô Barra Funda. Segundo a São Paulo Transporte (SPTrans), o ônibus já foi retirado do local.
         Estão no local os secretários municipais de Coordenação das Subprefeituras, Luiz Antonio Medeiros, e Negócios JurÃdicos, Robinson Sakiyama Barreirinhas, e representantes do Tribunal de Justiça (TJ). “A polÃcia não abriu espaço para negociação. Não podemos fazer esse tipo de reintegração administrativamente”, disse o secretário Luiz Antonio Medeiros.
      Por volta das 10 horas, os moradores ainda saiam do local com móveis, como geladeira, fogão, mesas e cadeiras. Eles afirmaram que foram avisados da decisão judicial na sexta-feira, 22, mas que não tinham para onde levar os pertences.
         “Meu marido e eu saÃmos na sexta-feira. Mas não tÃnhamos onde deixar os móveis, deixamos numa vizinha”, disse a dona de casa Tamires Mirna, de 25 anos.
      Tamires carrega o filho de 9 meses no colo. Ao lado, outras quatro crianças a acompanhavam – a mais velha delas tem 7 anos.