
O Brasil deu um passo importante na luta contra a violência extrema que tira a vida de tantas mulheres. A Lei 14.994/2024 elevou a pena para o crime de feminicídio para 20 a 40 anos de prisão — uma punição mais dura que a prevista para o homicídio qualificado.
Mas, enquanto a lei avança, a realidade insiste em sangrar.
Em Mato Grosso, o feminicídio tem crescido de forma dolorosa e inquietante. São histórias interrompidas, sonhos desfeitos, famílias destruídas. São mulheres que, todos os dias, vivem com medo; mulheres que pedem ajuda, mas nem sempre são ouvidas; mulheres que amam… e morrem justamente pelas mãos de quem deveriam confiar.
Cada número estampado nos relatórios policiais tem um nome, um rosto, uma vida inteira de planos. E o aumento desses crimes no estado, nos últimos anos, revela um cenário que parte o coração e revolta a sociedade.
A nova lei tenta responder a essa tragédia. Ao elevar a pena para até 40 anos, o país grita — mesmo que tarde — que nenhuma mulher merece morrer apenas por ser mulher.
Mas a lei, sozinha, não basta. Ela pune, mas não cura. Ela condena, mas não impede o próximo ataque. A luta verdadeira acontece no dia a dia, no acolhimento, na proteção, na coragem de cada mulher que pede socorro, e no compromisso de cada pessoa que decide não ser omissa.
Em Mato Grosso, onde o feminicídio avança como uma sombra fria, é urgente transformar dor em ação. É urgente abraçar as vítimas antes que elas virem estatística.
É urgente proteger para que nenhuma cadeira vazia na mesa da família seja lembrada como mais uma história interrompida pela violência.
A lei mudou. Agora, a sociedade precisa mudar junto.
Redação Folha de Colider
Imagem destacada/reprodução







