Cento e cinquenta profissionais que atuam em unidades de saúde de Várzea Grande e Nossa Senhora do Livramento, entre médicos, enfermeiros, técnicos, recepcionistas e assistentes sociais, iniciaram nesta sexta-feira (14) o curso “Atenção às mulheres em situação de violência”. A capacitação é oferecida pela Rede de Enfrentamento à Violência Doméstica e Familiar Contra Mulheres dos dois municípios.
O objetivo do curso, que acontece no Centro Universitário Univag, é ampliar os conhecimentos, habilidades e atitudes dos profissionais da saúde para orientação da comunidade acerca da violência vivenciada por mulheres no âmbito doméstico e familiar. O curso terá continuidade na próxima sexta-feira (21).
Na abertura da qualificação, o promotor de Justiça Marcelo Malvezzi, que atualmente atua em substituição ao titular da Promotoria da Violência Doméstica, ressaltou a importância do diálogo e aperfeiçoamento da rede de atendimento. “Embora seja necessária a repressão criminal, a prevenção é extremamente importante. A união das instituições é fundamental para o desenvolvimento de ações globais para o aperfeiçoamento de toda a rede”, afirmou.
O reitor do Univag, Dráuzio Antônio Medeiros, destacou que o tema da violência doméstica contra a mulher é tratado em diversas áreas, citando o envolvimento do curso de medicina e demais áreas da saúde e do direito. “Todos estão envolvidos neste tema extremamente importante. A instituição sempre se colocou a serviço do município de Várzea Grande”, enfatizou.
O secretário de Saúde em Várzea Grande, Gonçalo Aparecido de Barros, ressaltou que a pauta sempre foi prioridade no município. Enfatizou a necessidade da efetivação de políticas públicas resolutivas e focadas em um problema que, na maioria das vezes, é silencioso.
Objetivos – O curso pretende também sensibilizar os profissionais a respeito das questões envolvidas no contexto da violência contra mulheres, de forma a fazê-los compreender a importância da prestação de atendimento humanizado, acolhedor e isento de pré-julgamentos, para que as vítimas se sintam amparadas e seguras de fato.
A abertura dos trabalhos contou com palestra motivacional com a facilitadora Sonia Mazetto da BPW-VG. No período da manhã foi realizado o primeiro módulo com os temas “Contextualização da violência contra mulheres no âmbito doméstico e familiar sob a perspectiva de interseccionalidades” e “Consequências biopsicossociais da violência de gênero”. As facilitadoras foram o a professora doutora Ligia Regina de Oliveira, do Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), e a psicóloga clínica Brisa Luara Rigo.
No período vespertino, a partir das 13h, ocorre o segundo módulo, com as palestras “Atenção às mulheres em situação de violência: do acolhimento e atendimento humanizado” e “Atenção às mulheres em situação de violência: da identificação”, realizadas pela psicóloga e professora substituta da UFMT Jordana Luz Queiroz.
No dia 21 de julho, às 8h, começa o terceiro módulo com três palestras. O tema “Aspectos da investigação previstos na Lei nº 11.340/06 e a contribuição da política de saúde” será abordado pela delegada de Polícia Civil Carla Nogueira, “O acesso à justiça integral e gratuita e o papel da Defensoria Pública” pela defensora pública Tania Regina de Matos, e “Aspectos do processo judicial previstos na Lei nº 11.340/06” pelo promotor de Justiça criminal da comarca de Várzea Grande Marcelo Lucindo Araújo.
A partir das 13h, no módulo quatro, o tema “Cenário epidemiológico da violência contra mulheres no âmbito estadual/municipal e orientações sobre o preenchimento da ficha de notificação de violência interpessoal, e da ficha de comunicação de violência doméstica/familiar à autoridade policial” será tratado pela coordenadora da Vigilância Epidemiológica Alessandra Carreira. Para encerrar, às 15h, a assistente social do Ministério Público de Mato Grosso Michelle Moraes Santos e a coordenadora de Saúde Mental da Secretaria Municipal de Saúde de Várzea Grande, Soraya D.B. M. Simon, falarão sobre “Rede de atenção às mulheres em situação de violência: fluxo de atendimento e encaminhamento”.