Wilson diz que teve acesso a documentos que comprovam um esquema de propina na negociação de leitos em UTIs em vários hospitais regionais de Mato Grosso.
- Julia Munhoz
O deputado estadual Wilson Santos (PSD) afirmou, nesta quarta-feira (13.09), que teve acesso a documentos e interceptações telefônicas que comprovariam um esquema de propina a servidores da Secretaria de Estado de Saúde (SES) na negociação de leitos em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) em vários hospitais regionais de Mato Grosso. Segundo ele, o percentual negociado era de 5%.
As declarações de Wilson Santos foram em entrevista ao Jornal da Cultura 90.7. De acordo com o deputado estadual, os documentos e interceptações referentes ao suposto cartel na Saúde, investigado no âmbito da Operação Espelho, apontam também o envolvimento de servidores públicos.
Wilson Santos é autor do requerimento para a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI). “As coisas estão chegando. E se houver uma operação da Polícia Federal de busca e apreensão? E se o magistrado determinar prisão? A Assembleia vai continuar fazendo cara de paisagem? Eu acho importante a CPI. Nós já temos interceptações telefônica onde cita determinado servidor, cita empresários já negociando percentuais de propina”, afirmou, na entrevista.
Durante a sessão desta quarta-feira, o deputado voltou a defender a instalação da CPI e fez um apelo ao governador Mauro Mendes (União). “Governador, libere a base, vamos fazer a CPI, porque erros têm. Está claro, está nítido. Se não for o governador, que ele faça a identificação dos erros, identifique os responsáveis e puna os responsáveis”.
Operação Espelho
Em agosto, 22 empresários foram indiciados por fraudes em contratos e licitações na Secretaria de Estado de Saúde em ação que faz parte da Operação Espelho, deflagrada pela Polícia Civil.
A operação teve início após denúncias de que uma empresa contratada para fornecer médicos, disponibilizava menos profissionais do que o estipulado no contrato.
Outro lado
A reportagem do PNB Online entrou em contato com a assessoria da Secretaria de Estado de Saúde, mas não obteve retorno sobre a denúncia. O espaço permanece aberto para manifestações.